quinta-feira, 3 de julho de 2008

Pri.são

Discriminar o tempo
O espaço e o infinito
Formular conceitos que explicam tudo

Desconstruir a sorte
Provar com meus cogitos
Que todo o percebido não passa de ilusão

Do que me vale então saber
que a razão de ser você
nunca terá alguma coisa a ver comigo?

Do que me vale a pretensão
De com meus pés correr o chão
Se não há paz lá no final do meu caminho?

Acordo e o café me tomar
Dois golpes pra comer arroz
Carboidratos no sistema geram erros na rotina

Sou Einstein, mas hoje faltei
Fiquei na cama a meditar
Alimentando a poesia que Neruda não ousou

E sigo meus instintos
de obedecer meus medos
vou ter mil argumentos
pra negar meus sonhos

E se eu sentir mais forte
um errado desejo
disfarço te dizendo
que controlo tudo

Do que me vale então querer
se a vontade em mim vai ser
só a metade do que basta a tudo isso?


Do que me importa um coração
se posso ter meus pés no chão
não me perder em suas promessas, seus sorrisos?

Esconde-esconde pra deitar
despisto um pensamento ou dois
mas sonho uma semana inteira
que você é minha retina

Não lembro mais onde deixei
o meu estoque de gostar
e hoje estou tão indefesa
com você na minha vida

Se chega, pensa, fica ou vai
Se vai não diz pra onde foi
Se fica não sei por que veio
e o que será depois

2 comentários:

Lui disse...

Eis a última música que fiz. Confesso que foi espontaneamente (com a ressalva de que a pressão foi grande! rs)
É presente de aniversário para uma pessoinha querida e pidona. (rs)

fernanda ler.ato disse...
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